terça-feira, 11 de abril de 2017


ELIZABETH DOS SANTOS VAZ


     A IMPORTÂNCIA DA TRANSDISCIPLINARIDADE NA EDUCAÇÃO ARTISTICA PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL[1]

Elizabeth dos Santos Vaz[2]

RESUMO: O presente artigo intitulado, “A importância da transdisciplinaridade na Educação artística para alunos do segundo ciclo do Ensino Fundamental” objetiva-se em transcrever a importância deste método de ensino para interligar com outras disciplinas e cultura, criando o elo da grade curricular do segundo ciclo do Ensino Fundamental. Optou-se por este estudo por perceber a relevância se trabalhar de forma integradora as disciplinas afins com artes. Esta é uma pesquisa bibliográfica no enfoque qualitativo, o artigo está embasado em vários teóricos renomados da educação. Entende-se que a transdisciplinaridade acomete da junção de um conjunto de disciplinas integradora no desenvolvimento das atividades engrenados a cultura que poderá estar contribuindo no desenvolvimento cognitivo de forma ativa, respeitosa e tem como intuito de conhecer e mostrar o sujeito nas diversas etapas de sua vida. Assim desta a relevância deste feitio docente para que o educando perceba a intenção docente ao trabalhar com a arte e sua relevância em toda ação humana. Este artigo pretende mostrar alguns fundamentos de trabalhar a educação artística desta forma conjuntura para o progresso do aprendizado significativo.

Palavras-chave: Cultura. Método de ensino. Desenvolvimento cognitivo. Ação Humana. Aprendizado significativo.

ABSTRACT: This article entitled, "The importance of transdisciplinary on arts education for the second cycle elementary school students' objective in transcribing the importance of this teaching method to interconnect with other disciplines and culture, creating the link in the curriculum of second primary school cycle. It was decided in this study to realize the importance of working integrated manner the related disciplines with arts. This is a bibliographic research on the qualitative approach, the article is grounded in several renowned educational theorists. It is understood that the transdisciplinary affects the aggregation of a set of integrated disciplines in the development of activities geared to culture that may be contributing to cognitive development of active, respectful and has the intention to meet and show the subject at various stages of his life . Thus the relevance of this teaching shape so that the student realizes the teaching intention to work with art and its relevance for all human action. This article aims to show some fundamentals of working art education this juncture way to the progress of meaningful learning.

Keywords: Culture. Teaching method. Cognitive development. Human action. Meaningful learning.

 1 – INTRODUÇÃO

           Este trabalho é de pesquisa bibliográfica no enfoque qualitativo e têm como tema, “ A importância da transdiciplinaridade na educação artística para alunos do ensino fundamental”.  
             Optou-se por esta pesquisa por perceber durante o período de quinze anos de docente na rede pública de ensino percebi uma desvalorização pela escola da disciplina de arte e assim notar que há um distanciamento de incluir a arte como processo de ensino e ainda de agregar ela com outras disciplinas, onde vê o professor de arte apenas como o decorador da escola.      Este artigo está divido em três partes, sendo que a parte macro o desenvolvimento, em primícias, definir o que é arte, as contribuições da educação artística no processo de ensino e a transdisciplinaridade.                                                                                          
          Neste contexto podemos dizer que a arte é uma disciplina que retrata a compreensão do ser humano em todos os âmbitos de sua vida, tendo um significado universal desta compreensão porque         envolve as ações humanas voltadas ao artístico e a cultura a sua volta.    Enquanto que a importância para o processo de ensino é de fundamental relevância porque ajuda o educando a soltar sua criatividade, criticidade, desenvolver competências cognitivas para:  a música, instrumentos, pintura, escultura, desenhos, poesias e outros. Trabalhando com várias estratégias com intutito que valorize a cultura, os conhecimentos sistematizados, as habilidades e competências artísticas.                     Para atender estes rigores acredita-se que com a transdisciplinaridade atinja um grau de qualidade no ensino da arte para alunos do ensino fundamental e partindo deste contexto possa esta disciplina ser vista pela equipe escolar a fundamentação que esta tem para o desenvolvimento cognitivo dos alunos.                                                                 
        Nesta amplitude transdiciplinar o artigo está norteado nos teóricos: COLI, (2008); ECO, (2010); HONÓRIO,(2011); PCNs: Artes,(2000); POUGY, (2012); ORO, (2007) e SAMPAIO, (2014). Estes ajudaram a concatenar a concepção do assunto descrito do proposto trabalho.




2-   O QUE E ARTE?

A arte é muito pouco difundida em sua essência, isto é percebível quando estamos em sala de aula e perguntamos aos alunos o que é arte? Os educandos do ensino fundamental diante desta pergunta parecer buscar palavras para formar uma frase coerente e ficam na maioria no silêncio.                    Vivemos rodeados de objetos e manifestações artísticas desde a pré-existência, o homem nem domina a escrita, mas já acontece expressões artísticas, ele já utiliza a utiliza para registrar em cavernas, onde expressa sua fé, seus bens e utensílios. De acordo com Pougy, (2012, p. 19):
O homem através de seu trabalho constrói utensílios e ferramentas através de diversas técnicas para facilitar a sua sobrevivência e ao mesmo tempo ele expressa seu pensamento, com desenhos, esculturas, danças e ritmos musicais como forma de se comunicar.

E responder o que é arte é bem complexo, apesar vermos artes em todo nosso ambiente, pode que por isso que parece tão cotidiana e defini-la é quase impossível pela sua amplitude. Honório, (2011, p.8):
A área de arte, no ensino fundamental, contribui para a compreensão da realidade quando estendida como síntese do trabalho criador do homem e das relações sociais, levando se em conta o espaço, o tempo e a cultura em que a produção artística foi concebida e está inserida.

Vemos que há uma dificuldade dos próprios teóricos renomados da educação que tentam definir arte em suas pesquisas que mais tarde são livros universitários. ECO, (2010, p. 202-203): diz que:
A arte é o conhecimento de regras através das quais podem ser produzidas coisas. Conhecimento de determinado objeto. Ela imita a natureza, mas não porque copie servilmente o que a natureza lhe oferece como modelo: na imitação da arte existe investigação. Arte une as coisas desagradáveis e separa as unidas, prolongando a obra da natureza, faz com que a natureza produz e dá continuidade a seus nisus criativo.

Podemos observar que a arte vai bem além de pinturas, desenhos, arquitetura, escultura, dança, música, poesia,teatro, literatura e da percepção do belo. Não dá para pensar em definir conhecer arte sem pensar de forma ampla, pois arte não pode ser vista como uma representação abstrata de um objeto, ou pensar numa mera interpretação visual do belo, isso porque cada indivíduo ao observar uma arte, pode levar seu direcionamento interpretativo em outro ângulo visto observado e desenvolvido pelo artista. Cada Ser humano demonstra sua visão interpretativa de acordo com sua coerção de mundo, conhecimento sistematizado e da criatividade perceptual. De acordo com Pougy, (2012, p. 46):” Conhecer arte é saber produzir, apreciar e interpretar formas artística e culturais em uma dimensão critica e contextualizada”.                                                           
Nesta percepção entendemos que arte é um todo manifestar humano de sua cultura num domínio único de cada ser. Por isso são poucos autores ousam definir o que é arte. Diante deste conhecimento vemos que é bizarrice querer que o aluno do ensino fundamental defina o que é arte. Coli, (2008, p. 8):

Arte são certas manifestações da atividade humana diante das quais, nosso sentimento é admirativo, isto é: nossa cultura possuí uma noção que domina solidariamente alguma de suas atividades e as privilegia. Portanto podemos ficar tranquilos; se não conseguirmos saber o que é arte e pelo menos, sabermos que as coisas correspondem a essa ideia e como devemos nos comportar diante delas.

O interessante é sabermos como comportar diante de uma arte natural, fenomenal, quadro de autor renomado, esculturas, música, dança, liturgia, movimentos cênicos e outros, valorizar a arte cultural e saber expressar suas emoções por meio dela.

3- AS CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO ARTISTICA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
        
Podemos dizer  que arte faz parte da vida do ser humano desde o início da civilização humana, então ensina-lá é um dever interpretativo a cultura na demonstração da compreensão de um povo em determinado tempo da história. De acordo Sampaio (apud Smith,1997,p.98).

 Com isso queremos dizer que a arte merece estudo como um assunto que tem finalidades, conceitos e habilidades específicas. A Arte, como uma das realizações humanas, cujo poder tem sido salientado desde a antiguidade e cuja força é particularmente atestada por sociedades totalitárias em sua determinação de controlá-la, exige seu próprio tempo e espaço dentro do currículo.


Educação em  arte é mais que uma mera demonstração de atividades belas, dinamicas e criativas, é fazer com que o aluno entenda relacioná-la com o mundo a sua volta e descobrir suas competências numas nestas relações artísticas, seja a música, dança, arte cênica, artes instrumentais, técnica de desenho e pintura, escultura, cantos, e outras. De acordo com Secretaria de educação Fundamental, 2000,p.19:

Arte tem uma função tão importante quanto a dos outros conhecimentos no processo de ensino e aprendizagem. A área de arte está relacionada com as demais áreas e tem suas especificidades. Ela favorece o aluno relacionar-se criadoramente com outras disciplinaridades currículo.

A escola é o campo de preparação do aluno para a vida, nesta compreensão precisarmos enquanto escola despertar a as competências artísticas do aluno para transformar sua vida cotidiana para melhor qualidade de vida e se relacionar com o âmbito em que vive.  Secretaria de educação Fundamental, 2000, p.19:

Conhecendo arte em outras culturas, o aluno poderá compreender a relatividade dos valores que estão enraizados no seu modo de pensar e agir, que pode criar um campo de sentido para a valorização do que lhe é próprio e favorecer abertura a riqueza e a diversidade da imaginação humana. Além disso, torna-se capaz de perceber sua realidade cotidiana, mais vivamente, reconhecendo objetos e formas que estão à sua volta, no exercício de uma observação crítica do que existe na sua cultura, podendo criar condições para uma qualidade de vida melhor.


Por que assim estes eventos escolares das atividades artística consiga aproveitar os saberes da comunidade externa da escolar em conjunto com a interna fazendo um inter-relação de saberes para que assim o saber ultrapasse os muros da escola.  A educação sistematizada necessita globalmente relacionar para a transformação social os saberes sem recriminar os saberes populares e seculares.  Assim sendo , precisa trabalhar os saberes populares nas atividades artisticas educativas na escola, porque eles transmitem a cultura da comunidade e escola precisam transformar não apenas problemas da comunidade interna da escola como também a externa, para assim fazer honrar a tentativa de uma educação igualitária, justa e tão dita de qualidade.

4-TRANSDICIPLINARIDADE NAS AULAS DE ARTES

Os professores que trabalham com a disciplina de arte, precisa ter uma visão macro de arte, pesquisar as habilidades de cada aluno antes de desenvolver qualquer atividade em conjunto com a equipe escolar.                                                                                                    
Para que assim consiga fazer acontecer a arte de forma global e engrenar o projeto artístico com todos professores das disciplinas afins para trabalhar numa amplitude transdisciplinar que vai além da atividade, que abranja a cultura e a transformação de um cidadão melhor no quesito de aceitar as diferenças e mudar a situação caótica de sua comunidade local. Secretaria de educação Fundamental, 2000, p.118:
Na prática, os projetos podem envolver ações entre as disciplinas como por exemplo, Língua portuguesa e artes ou matemática e artes e assim por diante. Os conteúdos dos temas transversais também são favoráveis para o trabalho com projetos em artes.
                  
Essas atividades desenvolvidas transdiplinarmente seja prazerosa e consiga harmonizar de forma geral toda equipe escolar, ajudando a mostrar talentos nas diferenças e limitações de cada ser humano inserido nos projetos. Assim Pougy, 2012, p.149:
A transdiplinaridade que existe entre a linguagem artística pode ser explorada em projetos que tenha como conteúdos culturais, per cursos poéticos de artistas, manifestações artísticas e obras de arte, ou que aborde, temáticas que traga em seu bojo as linguagens visual, audiovisual, musical, corporal e teatral.

           Trabalhar de forma em conjunto da disciplina de artes com outras disciplinas ajuda que o conteúdo seja integrado paulatinamente sem ruptura para ajudar no processo de aprendizagem de maneira significativa e eficaz.                                                                      
         A importância de este trabalhar com a transdiciplinaridade, podemos destacar é para que os ensinos dos conteúdos da grade curricular não sejam trabalhados de maneira solta e assim o aluno possa compreendê-los numa visão macro do assunto levando para várias áreas do conhecimento; desde a lógica, antropológico, histórico, sociológico, filosófico e outras. Pougy 2012,p.  150 diz que:
A arte não serve apenas como ferramenta para projetos das outras disciplinas, mas para que ela em si é uma área do saber tão importante quanto as outras áreas curriculares, com conteúdo e procedimentos próprios que podem e devem ser trabalhados, sejam sozinhos, sejam em conjunto com outras disciplinas.

         Trabalhar desta forma exige que tenha uma equipe comprometida com o ensino e sejam unidos em trabalhos pedagógicos voltados para a transformação social e que esta equipe tenha um mesmo foco, queiram e gostem do que fazem e estejam dispostas a “ trabalho em conjunto”.                                                         Pois ninguém é bom sozinho, cada ser humano é bom em determinadas ações ou atividades e em outras não tem habilidade.
         Na transformação de educação que vai além das paredes da sala de aula precisa mudar de atitude partindo dos educadores para depois atingir aos educandos.
         Precisamos ser educadores modelos de cooperação, comunicação e de compartilhamento de saberes, quem sabe assim podemos ter alunos que gostem de estudar nas escolas.
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa ousou demostrar que a escola é capaz de trabalhar as atividades artísticas com projetos e que assim a aula possa ser significativa e integradora com algumas disciplinas afins, para que não seja apenas uma aula monótona, fragmentada e sem nexo com outros conhecimentos de que esteja ensinado em outras disciplinas.   
Sendo assim precisa ser uma aula com conhecimento sequencial das disciplinas afins, para que tenha significados e que possibilite o educando a entender a importância destas atividades no ensino sistematizado.
         Entendemos que a escola precisa entender qual seu papel diante da sociedade e tomar uma posição de ativa e não de omissa diante de uma educação de qualidade.
E para que tenhamos a tão sonhada educação de qualidade a escola necessita de sua proposta pedagógica destacada a metodologia docente de trabalho multidisciplinar e transdisciplinar, ou seja que as atividades sejam coerentes e sequenciais de uma disciplina para outra e a que ambas tenham um foco de mudança de atitude e de transformação social.
Destacamos que só obterá sucesso trabalhando a transdisciplinar idade respeitando as diferenças culturais, que está ideologia seja incluso no processo educativo escolar. Oro, 2007, p. 262. Destaca que:

A formacion multiculturales que se precie evería incluir reconocimiento,aceptación y valorización de las diferencias culturales que impediran intra e internacionaes, una busqueta de las “verdades históricas” por la parte de los estudiantes y profesores. El uso de la investigación para explicar la comprensión cultural. Atitudes e valores más democráticos. Un posicionamiento filosófico claro em relación al pluralismo. Una conceptualización processual  de la orientación multicultural de la capacidad de ver a la sociedad desde diferentes perspectivas étnicas. Conocer los estilos emergentes de la etncidad e sus implicaciones curriculares.

Enfim precisamos respeitar todas as diferenças, seja de limitações, religiosa, física, cultural e moral ou mesmo psíquica. Pois não há verdades eternas e sim assuntos, valores, credos a serem respeitados.   Quando as pessoas aprenderem a viver desta forma, quem sabe possamos como educadores realizar uma transformação das pessoas com ações desumanas para mais tolerantes e quem sabe pessoais mais amáveis, harmônicas e felizes.                                         
Desta forma a escola poderá dizer que está honrando a filosofia educativa e cumprindo seu papel social.
Para que isso seja possível precisamos de educadores e profissionais na educação com compromisso e amor por si mesmo e pelo seu próximo. “Porque damos apenas o que temos”. (grifo da autora).

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRIMÁRIA

COLI, Jorge. O que é arte. São Paulo: Brasiliense, 2008. (Coleção primeiros passos).

ECO, Umberto. Arte e beleza na estética Medieval. Rio de Janeiro. Recorde.2010.

Honorio, Cintia Maria. Arte & caminhos: Metodologia: Ensino Fundamental, 1º ao 5º ano. Curitiba. SEFE – Sistema Educacional Familiar e Escolar, 2011.

Pougy, Eliana Gomes Pereira . Poetizando linguagens, código e tecnologias: A arte no Ensino Fundamental. São Paulo. 2012

Sampaio, Renato Tocantins. Folclore. Batatais, SP: Claretiano , 2014.

Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares  Nacionais: Arte.2ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.


 

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